terça-feira, 30 de junho de 2009
"Os melros cantores de Pardilhó"
domingo, 28 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
"Terry Miller"
Fotografia, desenho? Fica o link para o blog deste artista de mão cheia. http://pencilshaver.blogspot.com/
quarta-feira, 24 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
"Alma Lavada"
domingo, 21 de junho de 2009
"Havia sempre um cão que ia a bordo"
Quem nunca teve um cão não sabe o que é ser amado. Não sei se foi Kant que o disse ou qualquer outro filósofo que tenha escrito sobre o sentimento da angústia. Poderia ter sido o marinheiro. Ou outro qualquer navegante porque a vida tem muitos outros mares e muitas outras marés para as pessoas navegarem.
O cão… Desde tempos imemoriais, dos segredos das areias do velho Egipto dos faraós, que o cão viaja ao lado do homem. Ou por dentro do homem. De ser tão antiga a história confundiu – os, entrelaçou raízes, misturou as vidas. Vida de cão. Sobretudo as vidas que viajam. Já sabeis: para quem viaja sem rumo, sem destino certo, nenhum vento é favorável. E os vadios, os abandonados não têm rumo nem destino certo. Podem apenas esperar uma monção favorável que quase nunca sopra. Para sustento lhes basta um afago, a ternura duma mão, um olhar, mesmo que volátil, e viajarão sempre carregando a suas fomes milenares e as cicatrizes do abandono. Brel, muito antes de navegar, já trazia por dentro um desses cães:
Laisse moi devenir l’ombre de ton ombre
L’ombre de ta main
L’ombre de ton chien
Sentir sobre a sombra o afago da mão querida, eis quanto bastava para diluir a corrosão. Por certo o sabia o marinheiro sentado a uma isolada mesa do bar: havia sempre um cão que ia a bordo. E o barco, todos os barcos viajam sempre até encalharem ou naufragarem, que também são destinos de cão. Sei dum barco que naufragou um dia nas planícies de Soria:
Oye otra vez, Dios mio, mi corazón clamar
Señor, ya estamos solos mi corazón y la mar
Sim, eu sei porque Machado disse isto. E soube-o melhor quando o rumo do meu barco se tornou incerto fazendo ganir o cão que ia a bordo.
sábado, 20 de junho de 2009
"Les Nuits"
terça-feira, 16 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
"A Desperate Battle"
sábado, 13 de junho de 2009
" Les Nuits "
quinta-feira, 11 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
domingo, 7 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
"Onde os bois lavram o Mar"
Tinhamos preparado, aqui o escriba e os escravos de serviço ao blogue, dois apontamentos sobre a Arte Xávega, o anterior e um que também se publicou no Youtube, filmado na Praia de Mira nos anos Oitenta. Apareceu entretanto um outro, filmado na mesma praia uns quantos anos antes, que só peca por estar incompleto. Junto-lhe algumas palavras de Egas Moniz, retiradas do seu livro "A Nossa Casa", algumas recordações da sua primeira passagem pela Praia da Torreira.
"Depois, no regresso, o costumado banho. O mar continuava ruim, mas ia decrescendo o desmando das ondas alterosas, prometendo próximos dias de pesca. Diziam os entendidos que havia sinal de sardinha. Uma companha, suponho que a do arrais Sebolão, arrostou o mar, ainda agitado, no lanço das 11 horas. O barco com as cordas e as redes, correu o perigo, com a sua proa arqueada e a sua meia quilha, afrontando as águas. Daí a momentos ele desaparecia no vale das ondas para surgir altaneiro no dorso das vagas e voltar a ocultar-se da vista dos que o seguiam com ansiedade. Isto durou longos minutos. Em certa altura viu-se o arrais a fazer grande esforço para atacar de frente as ondas que, se batessem de flanco, poderiam voltar a embarcação. Mas vinham outras traiçoeiras, de ressaca. Logo correu pela classe piscatória que havia barco em perigo. Tudo apareceu na praia. Não ficou viv'alma nos palheiros. Também saímos a ver o que se passava. Parecia que a população decuplicara. Era uma vozearia vibrante que penetrava pelos ouvidos até às almas angustiadas. Velhos a clamarem, mulheres a barafustarem, crianças a chorar..."