domingo, 25 de maio de 2008

"Bico da Murtosa"

Domingo, passeio pela Murtosa e arredores, " o passeio dos tristes..", não sei quem terá sido o triste que teve a triste ideia de chamar tristes a quem faz tal passeio. Nem quero saber.
Inaugurado há uns dias, o novo porto de abrigo para os pescadores no Bico da Murtosa, é mais um motivo a justificar uma passagem por aquelas bandas, seja por terra ou de barco.Os meus parabéns ás gentes da Murtosa.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Olin J. Stephens



No passado dia 13 de Abril, Olin Stephens completou 100 anos. Um século de dedicação aos barcos á vela, pela prática da modalidade mas acima de tudo pelos desenhos que o tornaram no mais conhecido e bem sucedido designer do século xx.
Depois de uma breve passagem pelo MIT, aos 19 anos começa a trabalhar numa empresa de design naútico, de onde saíria dois anos mais tarde para, com o seu irmão Rod e Drake Sparkman, fundarem a Sparkman & Stephens.
Em 1931, desenha o "DORADE", um barco que viria a ser a catapulta da firma para outros vôos tal foi o seu sucesso. Nesse ano, com o pai e o irmão participam e vencem a regata entre Newport e Plymouth vencendo ainda a Fastnet.
A velocidade deste barco seria o cartão de apresentação da firma, tendo despertado o interesse dos sindicatos com aspirações a participarem na Taça América. Em 1937 desenha em parceria com W. Starling Burgess o"RANGER", seria o início de uma ligação á Taça que duraria até 1980. Por oito vezes, barcos desenhados por si venceram a prova, "Columbia", "Constellation", "Freedom", "Intrepid" e "Courageous".
Durante a sua carreira, Olin Stephens desenhou mais de 2000 barcos, entre barcos de competição e cruzeiro.
Fotos-de cima para baixo- Olin Stephens/ "Dorade"/ "Constellation"/ "Courageous"

terça-feira, 20 de maio de 2008

Enquanto andei por Pardilhó a acompanhar a construção do Almagrande, fui tirando fotografias sem outro intuito senão o de poder recordar a evolução da construção do barco. No entanto, algumas vezes passou por lá o meu amigo Quim Marques, competentíssimo proa da embarcação, munido da máquina de filmar. Fotos e filme andaram esquecidos durante uns meses, até que, durante um fim de semana do último inverno, possivelmente sem nada melhor para fazermos, ajudados por um terceiro elemento,o Moreira, crítico de cinema com elevada reputação no vale do Antuã e arredores, juntámos algumas das fotos e partes do filme em DVD. Ainda em produção, está no entanto quase pronto..foi um parto difícil. O meu obrigado ao Quim, o homem das máquinas e ao Moreira, o Bergman da "Praça do peixe". Aqui fica uma pequena amostra..

"Apontamentos"

"A Ria estende-se em canais, em esteiros, em valas, em fiozinhos de água, dividindo-se e subdividindo-se até ao capilar, entrando pela terra dentro, recortando-a e irrigando-a de água salgada, ou, pelo menos, salobra, e que se vai adocicando à medida que foge do mar e se estende, por aí fora, a servir de espelho a uma lavoura anfíbia que lança a semente ao chão e penteia o fundo lodoso das cales, que surriba terra até sentir os pés encharcados e pesca pimpões nas valas intercalares nos fugidios tempos de lazer.
Os longes de água são emoldurados por um debrum delgadinho - topo de planície rasa povoada de casa alapadas - e têm-se a sugestão de que a terra se envergonha e se humilha perante a imensidade da laguna, esfumando-se e diluindo-se no horizonte de encontro ao perfil violeta dos montes das distâncias...
Em certas manhãs, doiradas pelo sol nascente, a Ria parece toda um espelho onde, apenas, um trémulo de evaporação - ténuo e vibrátil - põe um vestígio de movimento ritmado.
E, então, os malhadais, os montes de sal, os palheiros exíguos e pintados a zarcão, duplicam-se, invertidos nas águas quietas onde , de vez em quando, uma gaivota, maleabilíssima e ágil, raspa uma tangente quase imperceptível.
As pálpebras cerram-se sobre a pupila magoada por esta duplicação da luz que se remira no espelho da água e, no silêncio inundado de sol, o chap chap de uns remos, ou o golpe de uma vara que empurram o barco que desliza, põem uma nota fugidia de onomatopeia."
"Apontamentos para um trabalho sobre a paisagem de Aveiro" de Dr.Frederico de Moura

segunda-feira, 19 de maio de 2008

"Bluesy"

"Tarde de chuva é a península inteira a chorar..." R.Reininho
Estou mesmo a precisar disto, sol, água e se possível umas horas de vela..e já é segunda-feira outra vez.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Les Nuits

Adoro ouvir contar estórias, e de contar algumas que se passaram ou vão passando comigo.
Acho que aprendi a gostar de Água Castello enquanto ia ouvindo o meu pai e os amigos em longas noites de cavaqueira, eles bebendo uns scotchs e eu, escorropichando o resto das garrafas de água e em silêncio, sem ousar participar das conversas, ouvindo e aprendendo. Em tempos li uma entrevista ao Miguel Sousa Tavares em que ele dizia, por outras palavras, que acordar com a mãe andando pelos corredores da casa ás duas da manhã a declamar poemas não seria uma coisa normal para o comum dos adolescentes. Afortunados aqueles que para além do conforto básico, elementar, lhes é dada a possibilidade de algo mais. Assim, em troca dos meus serviços de barman incipiente, lá ia ouvindo relatos de caçadas ás perdizes nas planuras alentejanas, nas serranias das beiras ou nas fragas doTejo,em que elas "de bico abaixo, pareciam balas",de noites escuras como breu ao candeio na ria, com um olho no peixe e outro nos "marinheiros". Estórias de ventos, de barcos, de cruzeiros da ria, das pessoas e dos seus barcos.
Nortadas rijas e Suladas impiedosas, a transformarem a ria em mar desfeito e a fazerem das travessias prós patos em Monte Farinha ou na Ilha dos Ovos, aventuras merecedoras de serem revisitadas.
Relatos de caça grossa em Angola, estórias de guerra, do encanto de Luanda e das pessoas que por lá se cruzavam. Eu ficava maravilhado com estas noites, autênticos serões da província que alimentavam a minha imaginação e me faziam sonhar.
Falava-se de livros, do Eça, Camilo, Aquilino, Torga e tantos outros, ouvia-se Buarque, Jobim, Brel ou Pink Floyd.
Mas voltava-se sempre á ria, fosse ao errante vôo das narcejas nas praias de junco de Pardilhó ou ás manhãs geladas atrás das Galinholas, de bateira pelos labirínticos canais de Canelas, ou aos duelos entre o "JOÍNHA" e o "ASA NEGRA" na regata da ria.
No fundo, a ria unia, como continua a unir, uma série de pessoas que se separam pontualmente, mas a que todos voltam, quem é da borda d'água raramente deixa de o ser.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

"Velhos Marinheiros"

"Amanheceu um sol de 2 de Julho de tão brilhante e cálido, o céu despejado, o mar como um lençol de aço reluzente cortado pelo orgulhoso Ita de altaneira proa.
Quando o comandante saiu do banho e encontrou o café da manhã servido na cabine, o moço de bordo muito solícito a sorrir-lhe, novamente estava de crista erguida e sorvia o ar marinho como nos tempos de suas travessias nas rotas da Ásia e da Austrália. Vestiu a farda branca, trauteando a melodia daquela canção da bailarina Soraia, uma que falava em mar e marinheiros.
Espalhava-se pelas salas, tombadilhos e corredores a característica população daqueles Itas que durante tantos e tantos anos subiram e desceram a costa brasileira, de Porto Alegre a Bélém do Pará. Quando os aviões ainda não cruzavam os céus aproximando as distâncias, encurtando o tempo e retirando às viagens toda a sua poesia e o seu encanto. Quando o tempo era mais lento e menos desperdiçado, menos gasto na sofreguidão inútil de chegar quanto antes, numa avidez de viver tão depressa que transforma a vida numa pobre aventura sem cor e sem sabor, uma corrida, um atropelamento, um cansaço."
em "Os velhos marinheiros" de Jorge Amado

segunda-feira, 12 de maio de 2008

"Esteiros"

"-Pai... -O som nem chegou a ser voz. «Pedir o quê? ... Não; não suplicaria uma recusa certa.» Com modos bruscos, falseados, chegou-se ao lume. A mãe entregou-lhe o caldo requentado e ele comeu. Depois, procurou o boné sem pala, atirou para as costas o saco dos aviamentos que o pai lhe estendera, e foi-lhe na cola, sem palavra.
Sob os seus passos entorpecidos, a junça orvalhada do esteiro rangia. O barco, ao largo, parecia um navio fantasma de certa fita do cinema. E as estrelas do Sagui lucilavam no céu, como pirilampos em noite de Agosto. «Tinha sorte o Sagui. Dormia a sono solto, fazia o que lhe dava na gana... Enquanto ele, a horas mortas, morto de sono, ia a caminho da prisão.» O frio enregelava-lhe o corpo e a vontade.
-Pega nos remos pra aquecer- ordenou o pai
Poisou os aviamentos, sentou-se, e a bateira deslizou mansamente, direito ao bote, embora nos braços vencidos do Gineto faltasse jeito e ânimo. Nos toletes, os remos feriam as águas e o silêncio- gemiam por ele... Por fim atracaram. O rapaz pôs o pé no bote; mas o olhar ficou-lhe cá fora, em busca da liberdade perdida. Todo o seu ser cativo, menos os olhos."
Do livro "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes

sábado, 10 de maio de 2008

Les nuits

" Distingo um fundo muito roxo - o recorte dos montes. Aqui a ria mais larga, aumenta ainda e divide-se, de um lado até Ovar, do outro até Salreu. E além, e além... casinhas num reprego da encosta, onde apetece viver, perdidas no mundo e esquecidas do mundo. Mesmo à beira de água e reflectida na água a Murtosa aureolada de oiro: algumas casas brancas reluzindo, algumas árvores muito verdes em contraste e um canalzinho de abrigo para os barcos estranhos, com o leme estrambólico atravessado por um pau. Aconchego e sol. A fantástica esquadrilha desdobra-se na água que estremece, menos em certos veios que ficam lisos de propósito para reflectirem os mastros num sarrabiobisco até ao fundo.
Agora o barco encalhou e a água está dourada até onde a vista alcança. Deixo-me ficar, olhando para o fundo da areia. A meu lado há um verde que nenhuma paleta pode dar, um verde vivo, um verde trespassado da luz que se coa pelos canaviais e todo se arrepia à superficie do veio, ao mexer das quatro tábuas do barco, para enfim parar absorto no silêncio. Bóia aqui nestas águas uma alma entontecida, humilde e tímida tão ténue que pode desaparecer num sopro de um momento para o outro.Eixiste mas não se sabe bem que existe. É quase nada. Um fio de oiro, silêncio, um reflexo de luz...Andem devagarinho com o barco - não vamos nós assustá-la."
de Raul Brandão em "Os Pescadores"

quinta-feira, 8 de maio de 2008

"Ninguém aqui vem que não fique seduzido, e noutro país esta região seria um lugar de vilegiatura privilegiado. É um sítio para contemplativos e poetas: qualquer fio de água lhes chega e os encanta. É um sítio para sonhadores e para os que gostam de se aventurar sobre quatro tábuas, descobrindo motivos imprevistos. É-o para os que se apaixonam pelo mar profundo e para os medrosos que só se arriscam num palmo d'água - porque a ria é lago e mar ao mesmo tempo. Com meios muito simples, um saleiro e uma barraca tem-se uma casa para todo o verão. Pesca-se. Sonha-se. Toma-se banho. E esquece-se a vida prática e mesquinha. Dorme-se ao largo, deitando-se a fateixa ou abica-se o areal: um fuguaréu, uma vara, a caldeirada...
Começam a luzir no céu e na ria ao mesmo tempo miríades de estrelas. Vida livre dalguns dias, de que fica um resíduo de beleza que nunca mais se extingue.
É a ria também sítio para os que querem descobrir novas terras à prôa do seu barco e para os que amam a luz acima de todas as coisas. Eu por mim adoro-a.
É-me mais necessária que o pão. E é esse talvez o ponto da nossa terra onde ela atinge a beleza suprema. Na ria o ar tem nervos. A luz hesita e cisma e esta atmosfera comunica distinção aos homens e às mulheres e até às coisas, mais finas na claridade carinhosa, delicada e sensível que as rodeia. A luz aqui estremece antes de pousar..."
Do livro "Os Pescadores" de Raul Brandão

"O Velho e o Mar"

"O rapaz voltou com as sardinhas e as iscas embrulhadas num jornal, e desceram até ao esquife, sentindo debaixo dos pés a areia com seixos, e pegaram no esquife e meteram-no no mar.
-Boa sorte, meu velho.
-Boa sorte - respondeu o velho. Enfiou as amarrações de corda dos remos nos toletes e, debruçando-se contra a resistência das pás na água, começou a remar na treva para fora do porto. Havia barcos de outras praias saindo para o mar, e o velho ouvia-lhes o mergulhar e o impulso dos remos embora não pudesse vê-los, com a lua já posta atrás dos montes.
Às vezes,num barco alguém falava. Mas a maior parte dos barcos ia silenciosa, a excepção do mergulhar dos remos. Dispersaram-se, uma vez chegados à embocadura do porto, e cada qual aproou à parte do oceano em que esperava encontrar peixe. O velho sabia que ia muito para o largo, e deixou para trás o cheiro de terra e remou para o lavado e matinal cheiro do oceano."
Ernest Hemingway in " O Velho e o Mar "

quarta-feira, 7 de maio de 2008

"Velsheda"




Construído em 1933 por Camper & Nicholson para W.L.Stevenson. Foi o único dos 10 J-class construídos de raíz a ser feito sem o intuito de participar na Taça América.Entre 1933 e 1936 participou e venceu inúmeras regatas em Inglaterra contra barcos como "Shamrock v", o iate real "Britannia" ou "Endeavour". Nos anos 90, jazia em Gosport, depois de algumas tentativas falhadas de recuperação por falta de verbas.Entre 1996/97 foi recuperado pelo actual proprietário sendo agora um dos que participam nas principais regatas de clássicos, fazendo recordar velhos duelos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Vouga "Cuca"



No cruzeiro da ria de 2003 ou 2004, dois barcos ficaram-me no olho pela beleza das suas linhas e equilíbrio de formas, um foi o "CUCA" e o outro o "ZINDA".Durante o jantar de entrega de prémios, fui ter com a tripulação do"CUCA", dei-lhes os parabéns pela vitória e sobretudo pelo barco, que não conhecia e que tinha achado lindíssimo.Quando comecei esta brincadeira do blogue,não descansei enquanto não pedi ao Miguel Paião, leme do barco, que escrevesse umas linhas sobre ele.
À equipa do "CUCA",os meus agradecimentos.
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"Em boa hora o Fernando São Marcos, actual proprietário da embarcação, decidiu mandar recuperar o então "ROSINHA"que esteve quase a ir para lenha como já aconteceu a tantos belos exemplares que a nossa ria acabou por perder e que tenho a certeza que ainda hoje seriam barcos muito bonitos e elegantes. Estavamos então em 2002.
Em agosto de 2003 o Juca veio convidar-me para fazer tripulação com ele e com o Fernando,para irmos ao cruzeiro da ria,...no "CUCA",convite esse que aceitei de imediato e de bom grado pois a rapaziada era boa e divertida.
Obviamentente que em termos competitivos as coisa não se previam fáceis,pois a concorrência era forte e bem apetrechada...mas lá fomos.
Desde aí até 2006, altura em que concretizei um dos meus sonhos, ter o meu próprio barco, o "Rasteirinho"como carinhosamente lhe chamamos, proporcionou-nos momentos fantásticos de vela que jamais esquecerei.Com mais uns toque daqui,mais uns dacolá,lá ia-mos conseguindo levar o velhinho "CUCA"a bons resultados, que desde já peço desculpa por algumas esticadelas mais violentas mas que ele se aguentou firme apesar de algumas "gemidelas".
Durante estes três anos o "CUCA"passou a fazer parte dos potênciais ganhadores.É um barco que navega muito bem à pôpa rasa, é muito estável, um pouco desiquilibrado de leme e na bolina é onde é menos bom, pois o grande problema está no seu pontal que fácilmente nos faz embarcar água à força toda.Mesmo nas mareações a favor do vento e com um pouco de maróla, ele não deixa a tripulação descançar, pois temos que estar bem atentos às afocinhadelas que ele nos prega que nem o quebra-mar nem a borda-falsa nos sáfam de nos socorrermos ao Bartedouro.
Enfim,um barco com características um pouco particulares mas de uma beleza e elegância únicas que aqui descrevo nestas breves linhas e que espero que o seu proprietário mantenha sempre em bom estado de conservação.
Sei que este barco foi construído no final da década de 30, inicialmente se chamou "ALBERTO", mais tarde foi vendido a uma família de Aveiro de apelido Guimarães e em 1963 foi adquirido pelo avô do actual proprietário passando a chamar-se "ROSINHA".
Bons ventos,
Miguel Paião."

"I want a Reliance"




" They tell me i have a beautiful boat.I don't want a beautiful boat.What i want is a boat to lift the cup - a Reliance. Give me a homely boat, the homeliest boat that was ever designed, if she is as fast as Reliance."
Desabafo de sir Thomas Lipton,depois de ter sido vencido na sua terceira participação na Taça América.
Desenhado e construído por Herreshoff para um sindicato que incluía nomes como, J.P.Morgan, Cornelius Vanderbilt e William Rockfeller, é talvez o barco mais espantoso que disputou a Taça.Expressão máxima da rivalidade entre os dois países na tentativa de conquista da prova, os números do Reliance falam por si : Comp.43,79m, Larg.7,88m, calado 6m, deslocamento 175 ton., altura do mastro 46m, retranca 34,89m, área vélica 1501m2, tripulação 64.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Les Nuits

5.57h.-O cipreste, lá fora,quedo e mudo nem se mexe.Estava pr'aqui a ouvir umas modinhas brasileiras e não posso deixar de levantar o meu copo num brinde sentido e agradecido,ao grupo de amigos verdadeiramente intemporais,The boys from Ipanema.
Numa reverencial vénia à "Alma mater";

"Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul.."