" Conforme ontem prometido:
Esta fotografia é gémea duma que publicitei no meu livro Um Santo Lavado com Vinho. Para que conste: houve há muitos anos um estaleiro naval no esteiro de Salreu. Dos Garridos. Faziam bateiras essencialmente, de tamanhos e configuração diversa para os trabalhos agrícolas ( juncos e canízias, movimentação de gados...). Em Canelas sobressaiu o mestre Arnaldo- aqui à esquerda, de chapéu - no mesmo mister. O último dos " Garridos"ainda vivo, depois de um período longo na Venezuela, regressou. E, como quem sabe nunca esquece, meteu mãos à obra a recuperar uma dessas bateiras.Ei-lo aqui de camisa branca desafiando o fotógrafo. Penso que os estudiosos deveriam ir até ao esteiro de Salreu conversar com ele e registar. A CM, sobretudo, devia destacar pessoas da sua Casa da Cultura para isso mesmo. Quanto ao mestre Arnaldo, já não é vivo. Mas terá família, amigos...questionando (a aldeia é pequena) talvez se conseguissem algumas fotografias. E, por falar nisso, quando voltares a Pardilhó, tu ou alguém que possas envolver, deviam filmar o estaleiro do Zé Pitarma e do Diniz. A câmara ( quem dera ! ) não captará os cheiros de madeiras e vernizes mas reterá o resto. Sobretudo demorem a câmara nas mãos desses artistas, vejam como eles moldam os barcos como se acariciassem as águas. Façam-no depressa mas sem pressas. Enquanto é possível. No anterior, como neste, se para além das fotos quiseres também publicar directamente o meu paleio, podes fazê-lo. Quando tiver mais, voltarei. Um abraço. "
Texto e fotografia- Sérgio Paulo Silva
terça-feira, 26 de agosto de 2008
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5 comentários:
Achei curioso o seu texto e, sobretudo, a fotografia. Reconheci, porque ainda conheci o Sr. Arnaldo Rodrigues Pires,de Canelas,na casa de quem estive, nascido em 1921 e já falecido, como sabe. Foi ele que construiu a última bateira erveira de Canelas,muito "sui generis", que se encontra exposta na Sala da Ria do MMI e adquirida pelos Amigos do Museu, quando eu era Directora do mesmo, aos seus donos de então. É um belo exemplar.
Ele disse-me que trabalhou até 1970nos estaleiros dos irmãos Garrido, durante 31 anos.A notícia de que um deles havia regressado é oportuna. Tencionava vir a editar um post, depois do Verão, sobre estes contactos feitos e algumas imagens sobre a bateira erveira de Canelas. O seu post entusiasmou-me. E mais não digo, por agora, para ficar co alguma "coisinha" para dizer.
O sogro do Paulo não era um eximio construtor, também, de bateiras?
Tenho ideia que sim, que ele me falou em tempos de uma bateira feita, por ele, com que iam às enguias para os esteiros.
Sei que era exímio nos tratos com as madeiras, penso que o Paulo aínda terá uma pequena lancha construída por ele.
A única vez que lancei redes na ria foi com ele o Paulo. A única vez que andei à pesca com fisga também foi com ele. Um abraço Paulo.
Almagrande, desculpa fazer do teu blog um intermediário :)
Eugénio, os seus comentários são sempre muito bem-vindos.
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