segunda-feira, 30 de março de 2009

"Livros"


“Posfácio à Segunda Edição
A nova edição de um livro significa que esse livro não morreu. (...) Um livro que se reedita é um livro que se esgotou. Portanto: Quem o esgotou? Quem o leu? E porquê? (...) Dúvidas graves de quem não desejaria que o seu romance fosse apenas ópio, claro está. (...) Alguém que, muitas vezes, põe este problema: valerá a pena escrever romances? E estoutro: valerá a pena lê-los? Sim; porque leio eu um romance? Admitamos que há numerosas razões e que uma delas pode ser esta: passar o tempo. (...) Independentemente de me ajudar a passar o tempo, a leitura dum romance multiplica em várias direcções a minha pobre vida quotidiana, permitindo-me sonhar. Mas não só: para além desse alargamento de actividade que me lança num palco imaginário, a leitura satisfaz o meu amor desinteressado pelas histórias. Porque gosto de ouvir histórias, mas nem sempre os amigos as têm “verdadeiras” para contar. E nem sempre eu estou com os amigos. Essas histórias – ouvidas ou lidas, real ou fingidamente verdadeiras – ajudam-me a sair de mim próprio e a descobrir o mundo. (...)
”in 2ª edição de A Cidade das Flores, de Augusto Abelaira. 1961
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Contribuição de Maffie. O meu agradecimento.

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