"Chuva, muita chuva, o vento vem a seguir rijo, duro, bárometro muito baixo. O mar alaga o navio de proa à popa. O pessoal de quarto em cima já não ousa passar para a proa, segura~se a cabos passados de um a outro bordo. Amarra-se o homem ao leme. Não há refeições, come-se uma latinha de conversa, bebe-se um golinho de aguardente. O navio já não aguenta a "capa". Corre à popa, agora em "árvore seca", e aquela volta de mar arranca, despedaça todos os dóris, rebenta o albói da câmara, leva os faróis da borda, - ai, ai que desgraça, vão nove homens varridos ao mar, salvam-se dois não se sabe como.
Arriba-se aos Açores, reparam-se as avarias, volta-se para os Bancos. Depois da tempestade vem a bonança."
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Ana Maria Lopes e Francisco Marques in Faina Maior
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