Nunca lhe perguntei o porquê do nome do barco e do preto do casco, nunca calhou. Uma vez encontrei meia dúzia de letras que, por não terem sido usadas ficaram esquecidas lá por casa. De "Ongwe", onça num dialecto indígena angolano, passou a "Asa Negra" sem que eu saiba porquê, mas gostava de saber. Da cor imaginei-o a ler os relatos do Tabarly nos barcos sempre iguais, sempre pintados de preto. Do nome, só mais tarde o associei a um anúncio a uma "Black-Wing", a mota, naquela revista americana que libertou realmente as mulheres, de preconceitos e espartilhos.No cinzentismo da época, ler Truman Capote, Norman Mailer ou ver pinturas de Bacon ou Lichtenstein devia ser estimulante, tão estimulante quanto os arejos, habitualmente californianos, que povoavam as páginas centrais desse manual de "bons costumes"pra uns, "estrada da perdição" pra outros.
O sabor das laranjas, a luz de S.Francisco, a Golden Gate pra uma elegia à beleza.
Ficam algumas fotos do Cruzeiro de 1973 e de dois belos exemplares contruídos pelo saber das gentes, o "Joinha" por mestre António Gordinho da Costa Nova e o "Asa Negra" por mestre José da Silva de Pardilhó.
2 comentários:
Quase 40 anos e estas bonitas imagens podiam ser de ontem!!! Se os homens e suas estimadas embarcações quiserem continuará a ser assim, pelo menos por outro tanto, haja Ria!
Abraço,
PJNunes
Gostei claramente do texto. Sentido!
Que seja preto, que seja vivido!
Abraço
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