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A secura do corpo pedia refrigério; a agressão do oceano, protecção das vagas. Quis a sorte que assim fosse e o Tejo abrisse no calcário estremenho um estuário largo e majestoso, fundo e aconchegado, que, depois de magoar os montes, os transformasse em miradoiros de sonho.
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E de cada colina onde a gente se debruça é um pasmo sem limitações, que abrange o céu e a terra na mesma agradecida emoção. Sobre a toalha límpida do rio cai luz a jorros duma lâmpada hialina, escondida no teto azul do cenário; e o movimento ritmado das embarcações, o perfil recortado do casario e o enquadramento dos longes, arredondam a beleza da tela, dando-lhe realidade.
1 comentário:
Para quem como eu adora Lisboa e o Tejo, este artigo comove...
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