
"Um marinheiro, para o profano, é aquele a quem a profissão obriga a viver no mar. Erro! Erro crasso! Um marinheiro é aquele a quem o seu gosto faz viver com o mar. Só os que navegam por prazer estão neste caso. Sempre.
Desprezados pelos seus colegas das outras marinhas? Claro! Mas os operários desprezam os «sonhadores» e, no entanto, os «sonhadores» transformam mais a humanidade que o mais hábil artesão.
Os marinheiros da quarta marinha não devem, aliás, inquietar-se com o que se pensa deles. Quis uma fatalidade que ainda mal acabada de nascer (a navegação de recreio conta, em decénios, o que as outras contam em séculos), recebesse a mais esmagadora herança, que conserva sózinha: a civilização milenária da vela, a frequência do mar «rasando a água»."
Eric de Bisschop
2 comentários:
"Rasando a água" ao sabor do Vento, riscando derrotas nas cartas, mareando as velas, pesando estrelas, englobando a Terra. A frequência do Mar. Assim devêra eu ser...
Identifíco-me e concordo, plenamente.
Enviar um comentário