Foi o antecessor do "Almagrande". É um "Vouga" ligeiramente mais pequeno do que era usual, mas de linhas bastante tradicionais. Tem 5,10m quando o normal, à data em que foi feito, seriam os 6m. Sou o quarto ou quinto dono e continua a dar-me grande prazer olhar para as suas linhas, elegantes e fluídas. Esteve à beira do fim, tendo sido recuperado por Mestre José da Silva de Pardilhó. Ao invés dos actuais, que têm 8,50m de mastro e 24m2 de área vélica, este tem 7,10m e 14m2 respectivamente. Quando o comprei tinha um nome estranho e era de um amarelo garrido que quase fazia esconder a beleza das suas linhas.
Uma noite de Verão, num dos bares da praia, ia conversando com o dono do tasco a propósito de automóveis clássicos que fariam as nossas delícias, gostos pessoais, características técnicas, coisas das paixões. A revista que ia desfolhando e dando o mote à conversa, trazia na capa por mero acaso, uma belíssima Chris-Craft e não tardou que a conversa mudasse de bordo. Estava eu elogiar a lancha e vira-se um puto que nos escutava, "Se gostam dessas coisas velhas, o meu pai tem um "Vouga"para vender". Se temos horas felizes, esta foi uma das minhas.
No dia seguinte fui vê-lo e passados mais alguns, já depois de ter chateado meio mundo para saber a história do barco, e perto do local onde ele tinha sido construído sessenta e tal anos antes, rebaptizei-o com o nome original.
6 comentários:
Um dia também eu terei essa sorte, e comprarei um barco de cruzeiro clássico. Não sei quando, mas há-de acontecer.
Deixa-me comentar aqui o teu post "Bom Verão": Lembro-me de tudo. Eu só teria que trocar a camioneta espartana pelo comboio da linha do Vouga, eu partia de Travassô uma aldeia de Águeda, ou nas camionetas "Oliveiras de Agueda" Até Aveiro em direcção á Barra. O resto é idêntico.
(A foto é um espectáculo por si só, anterior ao meu tempo, mas preciosa. O mais comparável que existe hoje talvez seja o teste de alcoolemia... foi o que me lembrei logo)
Boas Eugénio, també gosto muito dela, o aspecto altamente profissional do agente da lei é uma delícia.
Olha só a minha cultura nautica....a unica vez que vi um "vouga" ao vivo, foi na nauticampo e no stand do...do.....gaita esqueci-me do nome!!Delmar Conde..(irra).
Boas Conde, para algumas pessoas, nas quais me incluo, os "Vougas" são barcos feitos de madeira. Outros, acharam que permitir a construção em fibra de vidro seria uma óptima maneira de modernizar a classe. São outras guerras, mas bastante tristes.
Aprecio essa ligação á tradição e ao calor da madeira viva, tendo como oposto a pestilente e cancerosa fibra.
É o que se chama estar no sítio certo, à hora certa!
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