Visto os calções de banho e uma T-Shirt, talvez aquela que ostentava garbosamente no peitoral duas mulas puxando em sentido contrário, a tentar destruir a reputação da marca. A toalha, por trás do pescoço, como cachecol de verão, completava-me. Descia as escadas, com as as xanatas a fazer mais barulho do que era costume, cá em baixo a azáfama do costume.
Devidadamente acomodadas, entravam pró saco da galinha mãe, iguarias frescas que saciariam as crias mais tarde, água num jarro de plástico verde pastel.
No autocarro, presumo que alemão, tais os interiores espartanos, entravam as peixeiras da Torreira que tinham ido ao mercado vender.
Eu vi-as a enfiar as canastras no porão da camionete e pedia que nenhuma daquelas pesonagens vestidas de preto se viesse sentar ao meu lado. Habitualmente fediam.
Depois de cumprido o cálvario da velha estrada, curva contra curva, com os utentes a apreciar os dotes de pilotagem do condutor, lá entrávamos na reta da varela e dos milheirais.
Sobe-se a ponte, com o motor do veículo a gemer, a carroçaria a estremeçer e umas quantas rezas pra que ele não se fine logo ali.
O mar ainda preguiçoso,com ondas de palmo e meio chama por mim, o rio tem que se lhe diga mas , mar é mar.
Besuntam-me o corpo com creme duma lata azul e soltam-me.
O dia corre ao sabor do mar, do sol e da felicidade absoluta.
Como um cacho de uvas, a água do jarro verde pastel está morna e sabe a plástico.
O entornar na areia do resto da água morna do copo verde, dá por fim à praia. No regresso não estou tão atento às manobras do piloto. Deito-me com o cheiro da maresia e daquele creme da lata azul.