terça-feira, 5 de abril de 2011
"Sharpies na Costa Nova"
Não passava de um puto quando andei a primeira vez de Sharpie. Durante as férias "Grandes", aquelas que duravam três meses ou mais e andávamos "como bandos de pardais à solta" pela Torreira, a fazer o que nos desse na real gana, muitos de nós descrobiam a vela porque era à borla, estava ali e havia quem nos aturasse as maluqueiras. Nesses Verões de intermináveis bons momentos e vivências que perduram, experimentei um destes pela primeira vez, sentadito na borda a tentar não atrapalhar muito quem ia aos comandos. Apenas os mais velhos e experimentados estavam autorizados a andar com as "máquinas do clube", os petizes que andassem com os "Lusitos", "Cadetes" e alguns nos "Snipes".
A sensação que tenho dessa primeira experiência, embora vaga sempre foi muito boa, o barco era muito mais rápido que os normalmente utilizados pelos mais novatos.
Este fim de semana, em jeito de estreia desportiva, fui até ao Sharpie Clube de Aveiro para participar na primeira PAN da época, a convite de um amigalhaço que se lembrou de mim, em boa hora!
No sábado, embora o dia estivesse a ameaçar chuva, o vento que chegou a estar fresquinho, baixou um pouco nas horas das regatas e cumpriu o seu papel na perfeição.
As memórias que tinha avivaram, continua a ser um belo barco de regatas, rápido, sensível ás afinações, exigente para as tripulações, flúido sobre a água e que dá imenso prazer.
Percebe-se fácilmente que seja uma classe com adeptos ferrenhos.
Depois das três regatas feitas no sábado, as agendadas para domingo foram canceladas de comum acordo, o vento já soprava um bocado forte demais.
Os meus parabéns ao Sharpie Clube pelas belas instalações, ambiente cordial e simpatia.
Ficam umas fotografias rapinadas do site do Clube, da autoria de Paulo Silveirinha. Venha a próxima!
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5 comentários:
O Sharpie 12 m2 também foi o meu primeiro barco, isto é o barco onde primeiro velejei, com o Tozé Folha. Sublinho tudo o que dizes sobre o sharpie e acrescento que apesar de um aparelho vélico que se perde nos séculos passados, e um tipo de construção de "outros tempos" é uma embarcação com um ângulo de bolina invejável e um nervosismo surpreendente. Marco, também gostaria de dizer que aprecio o teu ecletismo para com os barcos. A arte dos barcos não se limita a esta ou aquela classe, é uma arte que perpassa pelo vastíssimo património náutico, que se continua a construir a toda a hora e neste momento. A abertura de espírito também passa pelo modo como apreciamos e louvamos a "quinta dos outros".
Boas Helder, apesar de estar com as costas um bocado amassadas por ter andado em posições bastante "Racing", gostei muito. Foi um óptimo dia de regatas, um excelente dia de vela.
Aqui do Sul gostava de dizer que a minha experiência de Sharpie 12m2 foi aos doze anos e tinha uns míseros 38 kg de peso. Não havia outro prôa e fui pescado à má fila. Mal aguentava a escota do estai. O pior estava para vir. Quando no fim da velejação nos fizemos à bóia de amarração, consegui agarrá-la tão bem que o barco seguiu e eu fiquei com ela...na água! Ainda hoje olho para alguns Sharpies 12 m2 que estão no parque do Algés e fico cheio de inveja de nunca mais ter andado em nenhum
João, obrigado pelo testemunho, continuam a ser uns barcos bestiais.
O Sharpie de 12m2 foi o meu barco de eleição. Comecei na MP nos Lusitos, depois Snipes e então foi a vez dos sahrpies 12 m2, em Lisboa na MP até aos meus vinte anos. Depois vim para o Porto onde a classe havia sendo abandonada. Fiz regatas em outras classes incluindo a de 470 mas foi o sharpie deque nais gostei. Já vão quase setenta anos. Parabéns pelo blogue. Minhas saudações. Campos Carmo
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