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Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê
Quem não ouve música
Quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destói o seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
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Morre lentamente,
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor,
Ou não conversa com que não conhece.
Morre lentamente,
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
E os corações aos tropeços
Morre lentamente,
Quem não vira a mesa quando está infeliz,
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto,
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos…
.
Pablo Neruda
2 comentários:
Adoro este poema!É tudo e ponto final.
Keep going!
M.H.
Tão bonito e verdadeiro!
Irene
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