sábado, 18 de dezembro de 2010
"Les Nuits"
As redes sociais têm a sua piada, juntam amigos distantes, fazem outros com interesses comuns, são a voz ao fundo do túnel quando se apetece ouvir alguém, ou não, à distância de um click. Os cafés, enquanto espaço de encontro de outras gerações, estão vazios. O café, tomado no Café Central que todas terras têm, foi substituído por um sucedâneo caseiro, de grande qualidade, rico em aromas e parco no essencial. Tomamos café em casa e comunicamos pelo face book, até se trocam mimos com internautas que desejaríamos não conhecer na vida real.
Nas redes há sempre uma alma simpática que nos alerta para os perigos da vida, eu agradeço pessoalmente o aviso de que, uma horda de pedófilos andariam a atacar os meninos do face por uma utilização impensada de símbolos ou personagens de outros tempos. Símbolos ou personagens de um tempo em que todos adorariam ser atacados por uma predadora sexual, do tamanho do farol de Alexandria. Teria imenso prazer em trocar duas ou três impressões com um pedófilo em plena sessão de engate, mas, infelizmente não fui abordado por nenhum. Aposto que ninguém foi, sinal que as redes fucionam.
Estavámos avisados para o perigo, os bárbaros vinham aí e era preciso saber lidar com as bestas. Tocou o sino a rebate, as forças vivas reuniram e mantiveram-se alerta, alertaram a população de que era necesssário trocar a fotografia do "Animal" dos Marretas, do Michel Vaillant ou da Jessica Rabitt porque o anti-cristo não facilitava, era necessário reagir.
Tirando estas imbecilidades, a net é um lugar aprazível, a pornografia é barata e temos sempre a possibilidade de visitar o Louvre, de poder admirar a obra de Renoir ou de John Holmes.
Pelo meio estão os blogues, uma visão pessoal do mundo, do que mexe conosco; gostos, sensações, vivências de anónimos da passagem por este mundo.
Fica o Tabarly, um dos últimos homens livres.
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3 comentários:
Muito bem escrito, gostei muito, mordaz mas sagaz quanto baste.
Almagrande no seu melhor!
Muito bom Marco, continua!
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