sexta-feira, 2 de maio de 2008

Vouga "Cuca"



No cruzeiro da ria de 2003 ou 2004, dois barcos ficaram-me no olho pela beleza das suas linhas e equilíbrio de formas, um foi o "CUCA" e o outro o "ZINDA".Durante o jantar de entrega de prémios, fui ter com a tripulação do"CUCA", dei-lhes os parabéns pela vitória e sobretudo pelo barco, que não conhecia e que tinha achado lindíssimo.Quando comecei esta brincadeira do blogue,não descansei enquanto não pedi ao Miguel Paião, leme do barco, que escrevesse umas linhas sobre ele.
À equipa do "CUCA",os meus agradecimentos.
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"Em boa hora o Fernando São Marcos, actual proprietário da embarcação, decidiu mandar recuperar o então "ROSINHA"que esteve quase a ir para lenha como já aconteceu a tantos belos exemplares que a nossa ria acabou por perder e que tenho a certeza que ainda hoje seriam barcos muito bonitos e elegantes. Estavamos então em 2002.
Em agosto de 2003 o Juca veio convidar-me para fazer tripulação com ele e com o Fernando,para irmos ao cruzeiro da ria,...no "CUCA",convite esse que aceitei de imediato e de bom grado pois a rapaziada era boa e divertida.
Obviamentente que em termos competitivos as coisa não se previam fáceis,pois a concorrência era forte e bem apetrechada...mas lá fomos.
Desde aí até 2006, altura em que concretizei um dos meus sonhos, ter o meu próprio barco, o "Rasteirinho"como carinhosamente lhe chamamos, proporcionou-nos momentos fantásticos de vela que jamais esquecerei.Com mais uns toque daqui,mais uns dacolá,lá ia-mos conseguindo levar o velhinho "CUCA"a bons resultados, que desde já peço desculpa por algumas esticadelas mais violentas mas que ele se aguentou firme apesar de algumas "gemidelas".
Durante estes três anos o "CUCA"passou a fazer parte dos potênciais ganhadores.É um barco que navega muito bem à pôpa rasa, é muito estável, um pouco desiquilibrado de leme e na bolina é onde é menos bom, pois o grande problema está no seu pontal que fácilmente nos faz embarcar água à força toda.Mesmo nas mareações a favor do vento e com um pouco de maróla, ele não deixa a tripulação descançar, pois temos que estar bem atentos às afocinhadelas que ele nos prega que nem o quebra-mar nem a borda-falsa nos sáfam de nos socorrermos ao Bartedouro.
Enfim,um barco com características um pouco particulares mas de uma beleza e elegância únicas que aqui descrevo nestas breves linhas e que espero que o seu proprietário mantenha sempre em bom estado de conservação.
Sei que este barco foi construído no final da década de 30, inicialmente se chamou "ALBERTO", mais tarde foi vendido a uma família de Aveiro de apelido Guimarães e em 1963 foi adquirido pelo avô do actual proprietário passando a chamar-se "ROSINHA".
Bons ventos,
Miguel Paião."

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