quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Vento"


É sexta-feira e a antecipação do fim-de semana sobrepõe-se à vontade de trabalhar, vejo o windguru e o instituto de meteorologia, coisa que, em abono da verdade, andava a fazer desde o início da semana. O vento está bom, a crescer como de costume, nas horas do costume.
Um salto a ver as marés, a tentar conciliar ventos e águas, na perspectiva do equilíbrio da situação. É sempre de bom tom não matar a avozinha com ventos a roçar o escandaloso, quando a ideia era um passeio tranquilo da Béstida ao Guedes pra uma nata e uma meia de leite.
Depois do plano de vôo traçado telefono a dois ou três a espicaçá-los, na perspectiva de um dia entre amigos, a apanhar umas chuveiradas e umas nódoas negras e ainda ter que desmontar e lavar o barquinho. Admiro a paciência de quem tem paciência pró vento, de estar molhado até ás entranhas e estar feliz, ou à espera do primeiro sinal dele, caso se digne aparecer.
Pelo meio ficam momentos absolutamente únicos, de perfeita harmonia com o meio, de perfeição estética, de uma beleza que se vai saboreando mais tarde.
Há dias andei num barco em que o vento uivava enquanto passava pelos brandais, era capaz de jurar que era engraçado o que dizia.

2 comentários:

jc disse...

Belo texto.Tenho a certeza que mesmo aqueles que nunca velejaram ficaram com vontade de o fazer.Parabens!

Laurus nobilis disse...

E ele, quando "fala", fala mesmo!