sábado, 15 de março de 2008

Requiem pela Ria de Aveiro


Ó Ria do vento norte,
Tempo bom,tempo de verão,
Ria do vento suão
Invernos de frio e morte!
Ria da brisa breve,
Vinda do leste,abrasada
Ria da água estanhada
Sem uma ruga,ao de leve!
Ó bela Ria de Aveiro,
Quem te não viu,não te teve!

Ria de verde profundo
Ou espelho de prata pura
Ria azul,morna doçura,
Ou cinzenta cor-de-chumbo;
De rosa,na madrugada,
De sépia,nos temporais
Aço polido,os canais
De leite,se enevoada!
Ó bela Ria de Aveiro
Quem te não viu,não viu nada.

Ó Ria dos salineiros,
Dos pescadores,das bateiras,
Das regatas marinheiras
Dos velozes moliceiros
Ó Ria já condenada,
Por venenos que te despejam
As fábricas que te rodeiam,
Dão-te morte anunciada...!
Ó pobre Ria de Aveiro
Quem te não vê,malfadada?

Carlos Eurico Marques-2006

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